Eu-lírico: é quem fala no poema. Parece que é o escritor, mas ele apenas se coloca no lugar de quem fala. Modernamente evita-se o uso da primeira pessoa, assim o eu-lírico não nos confunde.
Ex.: Ó ânsias infindas
não façam sucumbir
com essa dor
o grande e belo amor!
Eu-poético: é quando o poeta assume o papel do eu-lírico para si mesmo de forma confessa, direta ou indiretamente.
Ex.: Ó ânsias infindas
não me façam sucumbir
com essa dor
o nosso belo amor!
Obs.; No último exemplo pode-se dizer que o poeta fala de si, mas também pode-se alegar que ele fala como eu-lírico.
Pessoalmente prefiro dizer que o eu poético sempre é discutível e precisa a concordância expressa, confessa do poeta.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.Ir para: navegação, pesquisa
Como disciplina teórica, a poética é o estudo das obras literárias, particularmente as narrativas, que visa esclarecer suas características gerais, a sua literalidade, criando conceitos que possam ser generalizados para o entendimento da construção de outras obras.
Apesar de não ter caráter normativo, ela opera implícita ou explicitamente na criação artística. Surge na filosofia antiga com Aristóteles, que a trata como um dos métodos do discurso estudando, no fragmento que restou até nossos dias da tragédia e dela destacando noções fundamentais para a considerações teóricas posteriores, como a distinção (a partir de Platão) entre mimesis, no qual o poeta faz parecer que é um outro (um personagem) quem fala, como por exemplo, no texto dramático, e diegesis, no qual o poeta fala por si mesmo, por exemplo, na narração em terceira pessoa da composição literária.
ignificado de Lírico
adj. Cheio de sentimento, de vibração.
Artista lírico, ator ou atriz que canta.
Drama lírico, drama acompanhado de música e de canto.
Poesia lírica, antigamente, poesia que se cantava com acompanhamento da lira; atualmente, gênero de poesia em que o poeta exprime suas emoções e sentimentos pessoais.
eu lirico é o seu sentimento mais profundo sobre algum assunto e o eu poético é quem expressa o seu eu lirico para as outras pessoas através de poesias
Nós somos pós-românticos, o que significa que ainda existem preconceitos românticos nas nossas mentes.
Um desses preconceitos é o da sinceridade na criação literária. Temos de vencer esses preconceitos porque estão errados e são datados, específicos duma era literária ultrapassada. Já há muito que entrámos na era irônica.
A principal característica da literatura é que ela é ficção, é o reino do "como se", do "faz-de-conta". Na comunicação não-literária, você fala "eu" para se designar a si mesmo. "Eu" marca a coincidência de identidade do sujeito da enunciação e do sujeito do enunciado. Quando você fala "eu", você está referindo você mesmo enquanto autor da sua fala, está referindo o sujeito de sua enunciação e está referindo o sujeito duma determinada ação de que você foi o sujeito ou agente. Pensar que ocorre o mesmo na literatura é pura ilusão ou preconceito romântico.
O autor decide escrever "eu" como decide usar qualquer outra palavra da língua. A cena da enunciação faz parte da criação literária. A criação literária não é uma enunciação. Assim, você tem a criação literária, a enunciação e o enunciado. Na época romântica os autores faziam coincidir essas três instâncias. Deve ser fácil você encontrar na literatura brasileira exemplos de obras em que autor, narrador e personagem "eram" a mesma pessoa. Depois surgiram obras em que as três instâncias apareceram separadas. Dou-lhe um exemplo da literatura portuguesa.
Vergílio Ferreira, o verdadeiro escritor, esconde-se por detrás de António Lopes, autor implícito, distinto do narrador. Ora, quando na teoria da literatura se descobriu que essas três instâncias existiam separadamente, foi preciso arranjar novos nomes para referir essas entidades de forma inequivoca. A meu pesar, reservou-se o nome de "poeta" para o autor, quando me parece que esse é o melhor termo para quem fala no poema. Deu-se o nome bizarro de "sujeito lírico" ou "sujeito poético" à instância da enunciação da lírica.
A verdade é que fala no poema quem o autor quer que fale e a enunciação é tão fictícia quanto os acontecimentos ou sentimentos referidos no poema. Mesmo que ficticiamente sejam atribuídos ao autor. Nunca esqueça o "ficticiamente".
A campainha da minha porta deve ser muito vulgar. Quando vejo televisão, por vezes, tocam á minha porta. Levanto-me e vou abrir a porta, para verificar, desiludido, que afinal tinha sido na televisão uma campainha com o som igual à minha. Nada distingue o som da campainha da minha porta e o que ouço na televisão, a não ser que o da minha porta é real e o da televisão é "faz-de-conta". Um faz-me, e bem, levantar e atender quem me chama, o outro é para ser consumido na imaginação. Não é um som de campainha, é a imitação dum som duma campainha. Na literatura tudo é imitação.
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Eu-lírico: é quem fala no poema. Parece que é o escritor, mas ele apenas se coloca no lugar de quem fala. Modernamente evita-se o uso da primeira pessoa, assim o eu-lírico não nos confunde.
Ex.: Ó ânsias infindas
não façam sucumbir
com essa dor
o grande e belo amor!
Eu-poético: é quando o poeta assume o papel do eu-lírico para si mesmo de forma confessa, direta ou indiretamente.
Ex.: Ó ânsias infindas
não me façam sucumbir
com essa dor
o nosso belo amor!
Obs.; No último exemplo pode-se dizer que o poeta fala de si, mas também pode-se alegar que ele fala como eu-lírico.
Pessoalmente prefiro dizer que o eu poético sempre é discutível e precisa a concordância expressa, confessa do poeta.
Poética
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.Ir para: navegação, pesquisa
Como disciplina teórica, a poética é o estudo das obras literárias, particularmente as narrativas, que visa esclarecer suas características gerais, a sua literalidade, criando conceitos que possam ser generalizados para o entendimento da construção de outras obras.
Apesar de não ter caráter normativo, ela opera implícita ou explicitamente na criação artística. Surge na filosofia antiga com Aristóteles, que a trata como um dos métodos do discurso estudando, no fragmento que restou até nossos dias da tragédia e dela destacando noções fundamentais para a considerações teóricas posteriores, como a distinção (a partir de Platão) entre mimesis, no qual o poeta faz parecer que é um outro (um personagem) quem fala, como por exemplo, no texto dramático, e diegesis, no qual o poeta fala por si mesmo, por exemplo, na narração em terceira pessoa da composição literária.
ignificado de Lírico
adj. Cheio de sentimento, de vibração.
Artista lírico, ator ou atriz que canta.
Drama lírico, drama acompanhado de música e de canto.
Poesia lírica, antigamente, poesia que se cantava com acompanhamento da lira; atualmente, gênero de poesia em que o poeta exprime suas emoções e sentimentos pessoais.
S.m. Poeta que compõe poesias do gênero lírico.
eu lirico é o seu sentimento mais profundo sobre algum assunto e o eu poético é quem expressa o seu eu lirico para as outras pessoas através de poesias
Eu lírico é o narrador personagem
Eu poético é o narrador personagem, só que só ele fala, não é uma história com mais pessoas
po era para ser simp´les e direto rss
Conheço o termo sujeito lírico.
Vou tentar explicar tudinho.
Nós somos pós-românticos, o que significa que ainda existem preconceitos românticos nas nossas mentes.
Um desses preconceitos é o da sinceridade na criação literária. Temos de vencer esses preconceitos porque estão errados e são datados, específicos duma era literária ultrapassada. Já há muito que entrámos na era irônica.
A principal característica da literatura é que ela é ficção, é o reino do "como se", do "faz-de-conta". Na comunicação não-literária, você fala "eu" para se designar a si mesmo. "Eu" marca a coincidência de identidade do sujeito da enunciação e do sujeito do enunciado. Quando você fala "eu", você está referindo você mesmo enquanto autor da sua fala, está referindo o sujeito de sua enunciação e está referindo o sujeito duma determinada ação de que você foi o sujeito ou agente. Pensar que ocorre o mesmo na literatura é pura ilusão ou preconceito romântico.
O autor decide escrever "eu" como decide usar qualquer outra palavra da língua. A cena da enunciação faz parte da criação literária. A criação literária não é uma enunciação. Assim, você tem a criação literária, a enunciação e o enunciado. Na época romântica os autores faziam coincidir essas três instâncias. Deve ser fácil você encontrar na literatura brasileira exemplos de obras em que autor, narrador e personagem "eram" a mesma pessoa. Depois surgiram obras em que as três instâncias apareceram separadas. Dou-lhe um exemplo da literatura portuguesa.
Vergílio Ferreira, o verdadeiro escritor, esconde-se por detrás de António Lopes, autor implícito, distinto do narrador. Ora, quando na teoria da literatura se descobriu que essas três instâncias existiam separadamente, foi preciso arranjar novos nomes para referir essas entidades de forma inequivoca. A meu pesar, reservou-se o nome de "poeta" para o autor, quando me parece que esse é o melhor termo para quem fala no poema. Deu-se o nome bizarro de "sujeito lírico" ou "sujeito poético" à instância da enunciação da lírica.
A verdade é que fala no poema quem o autor quer que fale e a enunciação é tão fictícia quanto os acontecimentos ou sentimentos referidos no poema. Mesmo que ficticiamente sejam atribuídos ao autor. Nunca esqueça o "ficticiamente".
A campainha da minha porta deve ser muito vulgar. Quando vejo televisão, por vezes, tocam á minha porta. Levanto-me e vou abrir a porta, para verificar, desiludido, que afinal tinha sido na televisão uma campainha com o som igual à minha. Nada distingue o som da campainha da minha porta e o que ouço na televisão, a não ser que o da minha porta é real e o da televisão é "faz-de-conta". Um faz-me, e bem, levantar e atender quem me chama, o outro é para ser consumido na imaginação. Não é um som de campainha, é a imitação dum som duma campainha. Na literatura tudo é imitação.