Definida como um método de avaliação hormonal indireta, não-invasor, pouco oneroso, rápido e eficiente quando analisado criteriosamente por profissional familiarizado com o assunto, que fornecerá laudos que se aproximem o máximo possível da realidade orgânica da paciente. Fornece um acesso indireto à função ovariana, desde a infância até a pós-menopausa. Utilizada também na detecção do período ovulatório durante o tratamento de esterilidade, na assistência a terapias hormonais e nas disfunções ovarianas, além de sua aplicabilidade na obstetrícia, na detecção da proximidade da data provável do parto, na avaliação da função placentária e na pesquisa de escamas fetais (ruptura precoce ou não da bolsa amniótica).
É baseada na resposta específica do epitélio vaginal diante do estímulo de hormônios esteróides, principalmente os de origem ovariana (estrógeno e progesterona), avaliando-se a composição ce-lular das camadas mais superficiais do epitélio escamoso vaginal.
Dependendo da indicação clínica, a avaliação cito-hormonal pode ser aplicada sob duas formas:
- avaliação cito-hormonal isolada
- curva hormonal
Ambas necessitam da correlação citologia-clínica como princípio básico, sendo fundamental o fornecimento dos dados clínicos principais da paciente, como idade, data do início da última menstruação e uso de medicamentos hormonais ou não, a partir de pedido médico, possibilitando a emissão de laudo direcionado, que contribua efetivamente na consulta clínica, no diagnóstico e na respectiva terapêutica da paciente.
As recomendações pré-analíticas são as mesmas especificadas na colpocitologia oncótica, salvo durante o tratamento da esterilidade, quando não deve haver restrição quanto à atividade sexual. Os demais cuidados devem ser respeitados.
A parede lateral média vaginal é considerada o local ideal para a coleta para avaliação cito-hormonal. O médico assistente deve raspar suavemente a mucosa vaginal com a extremidade arredondada da espátula de Ayre, de forma que sejam colhidas somente as células mais superficiais do epitélio, prontas para descamar. Por esse motivo, a coleta não deve ser vigorosa, pois apreenderia células das camadas epiteliais menos superficiais.
Procede-se à análise microscópica qualitativa (para se verificar características morfológicas individuais e a disposição celular) e quantitativa (concentração celular) do esfregaço vaginal. A análise percentual do esfregaço pode ser fornecida quando solicitado (índice de Frost).
A conclusão da avaliação cito-hormonal possui terminologias e critérios bastante variados, o que dificulta o diálogo entre o citopatologista e o clínico. Na literatura, recomenda-se o mínimo de subjetividade nessa avaliação, e existe um consenso de que é possível pressupor com relativa margem de segurança a presença ou a ausência do estrogênio somente em duas situações:
- no nível estrogênico máximo: no 14o dia do ciclo ovulatório, ou pico estrogênico, quando morfologicamente encontramos um padrão celular com predomínio marcante de células superficiais planas e isoladas.
- no nível estrogênico mínimo: na infância, no pós-parto imediato e na pós-menopausa, quando ocorre um predomínio de células profundas dispersas ou descamadas em bloco.|
Dependendo da história clínica, ambos os padrões supracitados podem corresponder a disfunções endócrinas.
Por conseguinte, não é possível afirmar nada diante dos demais padrões celulares existentes, nas outras fases, durante todo o ciclo menstrual, pois esses padrões celulares encontrados equivalem somente a uma resultante da interação estrogênio-progesterona, cujas concentrações orgânicas confiáveis são exclusivamente estabelecidas por meio de dosagem sangüínea.
São recomendáveis, portanto, classificações quantitativas, baseadas na concentração celular, nas avaliações percentuais, como o índice de Frost, ou na recomendação de Bethesda, na qual não há terminologia classificatória, mas procede-se ao estudo geral do esfregaço. Neste, cita-se a compatibilidade ou não do padrão celular encontrado, com o dia do ciclo ou a faixa etária, evitando-se ao máximo a subjetividade e emitindo-se laudos condizentes com a condição hormonal da paciente.
DIMINUIÇÃO DA SECREÇÃO
PADRÃO P I S
PADRÃO Predomínio das células 00 70 a 100% 00 a 30%
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Colpocitologia Hormonal
Definida como um método de avaliação hormonal indireta, não-invasor, pouco oneroso, rápido e eficiente quando analisado criteriosamente por profissional familiarizado com o assunto, que fornecerá laudos que se aproximem o máximo possível da realidade orgânica da paciente. Fornece um acesso indireto à função ovariana, desde a infância até a pós-menopausa. Utilizada também na detecção do período ovulatório durante o tratamento de esterilidade, na assistência a terapias hormonais e nas disfunções ovarianas, além de sua aplicabilidade na obstetrícia, na detecção da proximidade da data provável do parto, na avaliação da função placentária e na pesquisa de escamas fetais (ruptura precoce ou não da bolsa amniótica).
É baseada na resposta específica do epitélio vaginal diante do estímulo de hormônios esteróides, principalmente os de origem ovariana (estrógeno e progesterona), avaliando-se a composição ce-lular das camadas mais superficiais do epitélio escamoso vaginal.
Dependendo da indicação clínica, a avaliação cito-hormonal pode ser aplicada sob duas formas:
- avaliação cito-hormonal isolada
- curva hormonal
Ambas necessitam da correlação citologia-clínica como princípio básico, sendo fundamental o fornecimento dos dados clínicos principais da paciente, como idade, data do início da última menstruação e uso de medicamentos hormonais ou não, a partir de pedido médico, possibilitando a emissão de laudo direcionado, que contribua efetivamente na consulta clínica, no diagnóstico e na respectiva terapêutica da paciente.
As recomendações pré-analíticas são as mesmas especificadas na colpocitologia oncótica, salvo durante o tratamento da esterilidade, quando não deve haver restrição quanto à atividade sexual. Os demais cuidados devem ser respeitados.
A parede lateral média vaginal é considerada o local ideal para a coleta para avaliação cito-hormonal. O médico assistente deve raspar suavemente a mucosa vaginal com a extremidade arredondada da espátula de Ayre, de forma que sejam colhidas somente as células mais superficiais do epitélio, prontas para descamar. Por esse motivo, a coleta não deve ser vigorosa, pois apreenderia células das camadas epiteliais menos superficiais.
Procede-se à análise microscópica qualitativa (para se verificar características morfológicas individuais e a disposição celular) e quantitativa (concentração celular) do esfregaço vaginal. A análise percentual do esfregaço pode ser fornecida quando solicitado (índice de Frost).
A conclusão da avaliação cito-hormonal possui terminologias e critérios bastante variados, o que dificulta o diálogo entre o citopatologista e o clínico. Na literatura, recomenda-se o mínimo de subjetividade nessa avaliação, e existe um consenso de que é possível pressupor com relativa margem de segurança a presença ou a ausência do estrogênio somente em duas situações:
- no nível estrogênico máximo: no 14o dia do ciclo ovulatório, ou pico estrogênico, quando morfologicamente encontramos um padrão celular com predomínio marcante de células superficiais planas e isoladas.
- no nível estrogênico mínimo: na infância, no pós-parto imediato e na pós-menopausa, quando ocorre um predomínio de células profundas dispersas ou descamadas em bloco.|
Dependendo da história clínica, ambos os padrões supracitados podem corresponder a disfunções endócrinas.
Por conseguinte, não é possível afirmar nada diante dos demais padrões celulares existentes, nas outras fases, durante todo o ciclo menstrual, pois esses padrões celulares encontrados equivalem somente a uma resultante da interação estrogênio-progesterona, cujas concentrações orgânicas confiáveis são exclusivamente estabelecidas por meio de dosagem sangüínea.
São recomendáveis, portanto, classificações quantitativas, baseadas na concentração celular, nas avaliações percentuais, como o índice de Frost, ou na recomendação de Bethesda, na qual não há terminologia classificatória, mas procede-se ao estudo geral do esfregaço. Neste, cita-se a compatibilidade ou não do padrão celular encontrado, com o dia do ciclo ou a faixa etária, evitando-se ao máximo a subjetividade e emitindo-se laudos condizentes com a condição hormonal da paciente.
DIMINUIÇÃO DA SECREÇÃO
PADRÃO P I S
PADRÃO Predomínio das células 00 70 a 100% 00 a 30%
HIPOTRÓFICO intermediárias
com a relação a superficiais
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
PADRÃO Quantidades equivalentes 00 30-70% 30-70%
NORMOTRÓFICO de células superficiais
e intermediárias
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
PADRÃO Predomínio de células 00 00 a 30% 70 a 100%
HIPERTRÓFICO superficiais com relação às
intermadiárias. Também
denominado padrão
estrogênico.
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PADRÃO Predomínio de células 05 a 30% 70 a 95% 00
ATRÓFICO LEVE intermadiárias com
relação às profudas.
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PADRÃO Predomínio ou 30 a 70% 70 a 30% 00
ATRÓFICO hequivalência de células
MODERADO intermadiárias com
relação às profundas.
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PADRÃO Predomínio de células 70 a 100% 00 a 30% 00
ATRÓFICO profundas com
ACENTUADO relação às intermadiárias.
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