Confissões de um Vira Lata (Ediouro, 108 páginas) é um livro simples, aparentemente, mas com um forte apelo ao comportamento humano. Confesso que fiquei um tanto chocado ao saber que aquele livro foi dirigido para um público Jovem ou Infanto-Juvenil, mesmo o livro tendo suas figuras “cute” e um ar – vez ou outra – engraçado ele é de um gênero bem forte e crítico. (Chorei duas ou três vezes nesse livro.)
A Obra fala do dia-a-dia de um vira-lata que resolve viver sua vida de uma forma bem diferenciada, dando umas cheiradas aqui umas rosnadas ali e de forma alguma deixando uma “cadelinha” em perigo! Suas aventuras pelo mundo humano, sua dureza em ganhar um pedaço de carne para comer e sua rapidez ao fugir da carrocinha é sem dúvida louvável! O nosso pequeno Vira-Lata (Com Orgulho!) sem nome e sem dono sempre nos toca ao falar de seus amigos que se foram, de como a relação com os humanos é difícil e ao mesmo tempo tentadora – afinal, todos querem um carinho! – Da sua angústia ao ter de conquistar uma cadelinha doméstica e paparicar seu dono; Um jovenzinho que pula, corre e joga vareta para ele pegar. É... O amor, o livro também tem suas pitadas românticas! Pela minha leve conta, ele engravidou umas 10 cadelas, amou umas 30, perdeu umas 20 (Carrocinhas, carros, caminhões, é triste ser cão) fora ainda as outras tantas que passou pela sua vida enquanto jovem.
A única inveja que nosso amiguinho teve foi de seu grande amigo Tobby, um cão de circo, de fama e nome internacional! Mas, como um bom cachorro de rua, prefere que o chamem “Uau-au”, pois era assim chamado pelo filho do dono do circo que “Infelizmente cresceu , foi ficando homem, comia fogo, trabalhava no arame, cabriolava no trapézio, uma vez caiu de mau jeito, se danou...
Aparentemente pensamos que se trata apenas da vida de um cachorrinho fofinho pelas ruas sujas e fedorentas da cidade à procura do que comer, das amizades para se divertir e de uma boa cadelinha para passar a vida. Com toda certeza não é essa a mensagem que o livro nos quer passar. Confissões de um Vira-Lata é uma obra com um apelo maior, ela reflete na própria sociedade humana onde tudo que fazemos de “anormal” é criticada pelo meio “Civilizado”
Creio que cada um tenha um vira-lata dentro de si, eu mesmo assim que terminei de ler, encarnei o espírito de cachorro sem dono e fui logo botando a bronca pra cima de todos. E vocês aí, podem me chamar de vira-lata, de “chechelento”, de pulga, de sem nome e dizer que eu não tenho coleira! Mas prefiro não ser dominado pela sociedade canina do que abaixar a minha cabeça para um Pit bull com jeitinho de Lessie! Não, não, meus caros! Da minha rua cuido eu! E não quero ver ladrões do meu lixo por aqui! Afinal, sou um vira-lata com orgulho! Protejo meu espaço com unhas e dentes, sou um cachorro velho, mas que conhece de longe o som de uma carrocinha! Ou pelo menos, até que o efeito do livro passe.
Li este livro " Confissões de um Vira Lata " quando tinha 9 anos de idade. Hoje estou com 51 anos e lembro-me como se fosse hoje, pois a aventura desta estória nada mais é a história de muitos cães, agora acompanhados de seres humanos, nos dias atuais. Já fazia-se uma apologia com o dia a dia dos povos menos ( bem menos mesmo! ) favorecidos, porém em relação a atualidade as coisas só pioraram. Não existem só cães nas ruas que vivem uma aventura até envelhecer... hoje existem milhares de adultos, jovens e crianças que vivem nas ruas disputando um lugar para dormir embaixo de um viaduto. Quando presencio os dias atuais sempre relaciono a vida do Vira Lata com a da humanidade dita civilizada. Se nos colocamos a ajudar uma dessas pessoas somos tidos como insanos, eles oferecem risco a sociedade, assim como o Vira lata parecia oferecer...infelizmente vivemos enfadados a visualizar diariamente desgraças e grande miséria, não apenas no quesito material, mas principalmente no que tange os valores humano, sendo estes de caráter espiritual e mental. Toda criança deveria ler este livro... com certeza criaríamos uma sociedade melhor para o futuro.
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Confissões de um Vira Lata (Ediouro, 108 páginas) é um livro simples, aparentemente, mas com um forte apelo ao comportamento humano. Confesso que fiquei um tanto chocado ao saber que aquele livro foi dirigido para um público Jovem ou Infanto-Juvenil, mesmo o livro tendo suas figuras “cute” e um ar – vez ou outra – engraçado ele é de um gênero bem forte e crítico. (Chorei duas ou três vezes nesse livro.)
A Obra fala do dia-a-dia de um vira-lata que resolve viver sua vida de uma forma bem diferenciada, dando umas cheiradas aqui umas rosnadas ali e de forma alguma deixando uma “cadelinha” em perigo! Suas aventuras pelo mundo humano, sua dureza em ganhar um pedaço de carne para comer e sua rapidez ao fugir da carrocinha é sem dúvida louvável! O nosso pequeno Vira-Lata (Com Orgulho!) sem nome e sem dono sempre nos toca ao falar de seus amigos que se foram, de como a relação com os humanos é difícil e ao mesmo tempo tentadora – afinal, todos querem um carinho! – Da sua angústia ao ter de conquistar uma cadelinha doméstica e paparicar seu dono; Um jovenzinho que pula, corre e joga vareta para ele pegar. É... O amor, o livro também tem suas pitadas românticas! Pela minha leve conta, ele engravidou umas 10 cadelas, amou umas 30, perdeu umas 20 (Carrocinhas, carros, caminhões, é triste ser cão) fora ainda as outras tantas que passou pela sua vida enquanto jovem.
A única inveja que nosso amiguinho teve foi de seu grande amigo Tobby, um cão de circo, de fama e nome internacional! Mas, como um bom cachorro de rua, prefere que o chamem “Uau-au”, pois era assim chamado pelo filho do dono do circo que “Infelizmente cresceu , foi ficando homem, comia fogo, trabalhava no arame, cabriolava no trapézio, uma vez caiu de mau jeito, se danou...
Aparentemente pensamos que se trata apenas da vida de um cachorrinho fofinho pelas ruas sujas e fedorentas da cidade à procura do que comer, das amizades para se divertir e de uma boa cadelinha para passar a vida. Com toda certeza não é essa a mensagem que o livro nos quer passar. Confissões de um Vira-Lata é uma obra com um apelo maior, ela reflete na própria sociedade humana onde tudo que fazemos de “anormal” é criticada pelo meio “Civilizado”
Creio que cada um tenha um vira-lata dentro de si, eu mesmo assim que terminei de ler, encarnei o espírito de cachorro sem dono e fui logo botando a bronca pra cima de todos. E vocês aí, podem me chamar de vira-lata, de “chechelento”, de pulga, de sem nome e dizer que eu não tenho coleira! Mas prefiro não ser dominado pela sociedade canina do que abaixar a minha cabeça para um Pit bull com jeitinho de Lessie! Não, não, meus caros! Da minha rua cuido eu! E não quero ver ladrões do meu lixo por aqui! Afinal, sou um vira-lata com orgulho! Protejo meu espaço com unhas e dentes, sou um cachorro velho, mas que conhece de longe o som de uma carrocinha! Ou pelo menos, até que o efeito do livro passe.
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Li este livro " Confissões de um Vira Lata " quando tinha 9 anos de idade. Hoje estou com 51 anos e lembro-me como se fosse hoje, pois a aventura desta estória nada mais é a história de muitos cães, agora acompanhados de seres humanos, nos dias atuais. Já fazia-se uma apologia com o dia a dia dos povos menos ( bem menos mesmo! ) favorecidos, porém em relação a atualidade as coisas só pioraram. Não existem só cães nas ruas que vivem uma aventura até envelhecer... hoje existem milhares de adultos, jovens e crianças que vivem nas ruas disputando um lugar para dormir embaixo de um viaduto. Quando presencio os dias atuais sempre relaciono a vida do Vira Lata com a da humanidade dita civilizada. Se nos colocamos a ajudar uma dessas pessoas somos tidos como insanos, eles oferecem risco a sociedade, assim como o Vira lata parecia oferecer...infelizmente vivemos enfadados a visualizar diariamente desgraças e grande miséria, não apenas no quesito material, mas principalmente no que tange os valores humano, sendo estes de caráter espiritual e mental. Toda criança deveria ler este livro... com certeza criaríamos uma sociedade melhor para o futuro.