A hipérbole é um caso especial de metáfora, usada para passar uma impressão de grau extremo em que o comparante caracteriza-se por ser um extremo em relação ao comparado.
Exemplo: demorou um século
Comparado: tempo da demora.
Comparante: um século.
Atributo implícito: demora.
O comparante é um extremo na classe dos eventos demorados da qual faz parte o comparado.
Um caso notável de hipérbole é aquele que se orgina de arredondamentos. O comparante é um arredondamento extremado que se relaciona com o comparado. Um exemplo: 'Moro onde não mora ninguém'. Numa leitura imediata, temos uma contradição. O comparado cabível seria onde quase ninguém mora.
Geralmente a hipérbole apela para o maravilhoso. Alguns exemplos:
Em retórica, ocorre hipérbole quando há exagero numa idéia expressa, de modo a acentuar de forma dramática aquilo que se quer dizer, transmitindo uma imagem inesquecível. É frequente na linguagem corrente, como quando dizemos: "Já te avisei mais de cem vezes, para não voltares a falar-me alto!".
Exemplos:
Então, por que olhas para o argueiro no olho do teu irmão, mas não tomas em consideração a trave no teu próprio olho? (Mateus 7:1-3)
Rios te correrão dos olhos, se chorares! (Olavo Bilac)
Um quarteirão de peruca para Clodovil Pereira. (José Cândido Carvalho)
Em retórica, ocorre hipérbole quando há exagero numa idéia expressa, de modo a acentuar de forma dramática aquilo que se quer dizer, transmitindo uma imagem inesquecível. É frequente na linguagem corrente, como quando dizemos: "Já te avisei mais de cem vezes, para não voltares a falar-me alto!".
A hipérbole consiste no exagero...
ex: Já falei um milhão de vezes...(é obvio que vc quer dizer que já valou muitas vezes não um milhão)
Tenho todas razões do mundo p/ser feliz(vc tem muitas razões para ser feliz mas todas do mundo)
É isso a hipérbole (hiper= +que muto),é o exagero....
Hipérbole no texto é uma marca de subjetividade
THAÍS NICOLETI DE CAMARGO
Colunista da Folha Online
"Até bebê de colo sabe que juro alto é inimigo da atividade econômica..."
Chama-se hipérbole o arranjo lingüístico que visa à expressão exagerada da natureza das coisas. O recurso, naturalmente usado pelos poetas, constitui uma figura de linguagem. A presença da hipérbole no texto é, portanto, uma marca de subjetividade.
Muitos haverão de lembrar-se dos conhecidos versos do poeta Augusto dos Anjos, que inicia a segunda estrofe do soneto "Psicologia de um Vencido" com os decassílabos "Profundissimamente hipocondríaco,/ Este ambiente me causa repugnância" --isso depois de chocar o leitor com a estrofe inicial, em que se define como um "monstro de escuridão e rutilância" que sofre "desde a epigênese da infância,/ A influência má dos signos do zodíaco".
Certamente o leitor percebe nessas palavras uma boa dose de extravagância --afinal, não se trata de mera linguagem referencial, que busca a precisão e a objetividade, qualidades desejáveis num bom texto informativo. A intenção do poeta não é propriamente informar. É antes exprimir um estado de alma, coisa que, em muitas situações, só se consegue com o desvio da linguagem usual e informativa.
Os volteios de linguagem, todavia, nem sempre nascem de um processo consciente de elaboração. E talvez por esse motivo muitas vezes nem sejam percebidos como figuras de estilo. A hipérbole, em particular, é uma figura presente na linguagem espontânea. O leitor já terá ouvido ou dito frases como as seguintes: "Já lhe disse isso mil vezes", "Passei duas horas esperando o ônibus" (esta, em alguns casos, pode não ser um caso de hipérbole...). Em ambos os exemplos, os numerais foram os responsáveis pelo exagero da imagem.
É interessante notar que essa idéia hiperbólica contida nos numerais é percebida pelos falantes e aproveitada na linguagem espontânea, em que já surgiram curiosas formulações, como "Disse aquilo 'n' vezes", partindo do significado matemático de "n" (representação de um número qualquer, não determinado), que se fixou com valor adjetivo, sugerindo grande quantidade ou excesso, ou mesmo "Disse aquilo 'trocentas' vezes", na qual ocorre aférese do vocábulo "quatrocentas", que ganha forte valor afetivo na linguagem oral.
Expressões como "morrer de rir" ou o brasileirismo "lindo de morrer" fazem parte do repertório das hipérboles do dia-a-dia e, por isso mesmo, seu valor estilístico praticamente já desapareceu, dado que já se incorporaram ao falar cotidiano de tal forma que não provocam a surpresa ou a estranheza necessárias para que o leitor se volte para a expressão em si (e não só para o seu conteúdo). O valor afetivo dessas expressões, contudo, permanece.
Na imprensa, sobretudo na voz de articulistas, encontramos uma linguagem muito próxima da oral. Recentemente, um deles, bastante indignado com o andar da economia no Brasil, vociferava queixas contra o governo, que, segundo ele, tentava justificar "mais aumentos numa taxa de juros obscenamente alta". Continuava o mesmo colunista: "(...) em qualquer lugar do mundo, até bebê de colo sabe que juro alto é inimigo da atividade econômica" e, em outro trecho, "vê-se agora, pelos dados do IBGE, que tampouco no Brasil existe juro alto que não iniba a atividade econômica, o que, aliás, 11 de cada dez analistas sérios vêm dizendo faz um monte de tempo".
Os exemplos do articulista falam por si mesmos. O termo "obscenamente", além de configurar exagero, contém sentido agressivo. Por meio da expressão, o autor dá vazão à sua zanga. O bebê de colo que entende de economia é flagrantemente um exagero --portanto, uma hipérbole. O mesmo vale para a expressão, aliás bastante corriqueira, 11 de cada dez.
Como se vê, o texto opinativo, ainda que não seja poético, comporta marcas de subjetividade e, portanto, pode apresentar certo viés retórico. O leitor, com certeza, encontrará outros exemplos de hipérbole na linguagem cotidiana.
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A hipérbole é um caso especial de metáfora, usada para passar uma impressão de grau extremo em que o comparante caracteriza-se por ser um extremo em relação ao comparado.
Exemplo: demorou um século
Comparado: tempo da demora.
Comparante: um século.
Atributo implícito: demora.
O comparante é um extremo na classe dos eventos demorados da qual faz parte o comparado.
Um caso notável de hipérbole é aquele que se orgina de arredondamentos. O comparante é um arredondamento extremado que se relaciona com o comparado. Um exemplo: 'Moro onde não mora ninguém'. Numa leitura imediata, temos uma contradição. O comparado cabível seria onde quase ninguém mora.
Geralmente a hipérbole apela para o maravilhoso. Alguns exemplos:
Cuspir fogo pela boca.
Comer o pão que o diabo amassou.
Chorar lágrimas de sangue.
Agregado de significação
Hipérbole é uma figura de linguagem, usada para enriquecer o texto através do exagero.
Antítese
Hipébole é o exagero no texto tipo: "Eu quase morri de susto!" (vc não morreu de susto..tá exagerando)..dai 'morri de susto' é hipérbole...entendeu?
bjO*
HIPÉRBOLE (hyperbole) s. f. (Ret.) Figura que engrandece ou diminui exageradamente a verdade das coisas.
A hipérbole é uma artifício usado pelo escritor para aprimorar e dar sabor ao texto.
Em retórica, ocorre hipérbole quando há exagero numa idéia expressa, de modo a acentuar de forma dramática aquilo que se quer dizer, transmitindo uma imagem inesquecível. É frequente na linguagem corrente, como quando dizemos: "Já te avisei mais de cem vezes, para não voltares a falar-me alto!".
Exemplos:
Então, por que olhas para o argueiro no olho do teu irmão, mas não tomas em consideração a trave no teu próprio olho? (Mateus 7:1-3)
Rios te correrão dos olhos, se chorares! (Olavo Bilac)
Um quarteirão de peruca para Clodovil Pereira. (José Cândido Carvalho)
Na chuva de cores
Em retórica, ocorre hipérbole quando há exagero numa idéia expressa, de modo a acentuar de forma dramática aquilo que se quer dizer, transmitindo uma imagem inesquecível. É frequente na linguagem corrente, como quando dizemos: "Já te avisei mais de cem vezes, para não voltares a falar-me alto!".
A hipérbole consiste no exagero...
ex: Já falei um milhão de vezes...(é obvio que vc quer dizer que já valou muitas vezes não um milhão)
Tenho todas razões do mundo p/ser feliz(vc tem muitas razões para ser feliz mas todas do mundo)
É isso a hipérbole (hiper= +que muto),é o exagero....
Hipérbole no texto é uma marca de subjetividade
THAÍS NICOLETI DE CAMARGO
Colunista da Folha Online
"Até bebê de colo sabe que juro alto é inimigo da atividade econômica..."
Chama-se hipérbole o arranjo lingüístico que visa à expressão exagerada da natureza das coisas. O recurso, naturalmente usado pelos poetas, constitui uma figura de linguagem. A presença da hipérbole no texto é, portanto, uma marca de subjetividade.
Muitos haverão de lembrar-se dos conhecidos versos do poeta Augusto dos Anjos, que inicia a segunda estrofe do soneto "Psicologia de um Vencido" com os decassílabos "Profundissimamente hipocondríaco,/ Este ambiente me causa repugnância" --isso depois de chocar o leitor com a estrofe inicial, em que se define como um "monstro de escuridão e rutilância" que sofre "desde a epigênese da infância,/ A influência má dos signos do zodíaco".
Certamente o leitor percebe nessas palavras uma boa dose de extravagância --afinal, não se trata de mera linguagem referencial, que busca a precisão e a objetividade, qualidades desejáveis num bom texto informativo. A intenção do poeta não é propriamente informar. É antes exprimir um estado de alma, coisa que, em muitas situações, só se consegue com o desvio da linguagem usual e informativa.
Os volteios de linguagem, todavia, nem sempre nascem de um processo consciente de elaboração. E talvez por esse motivo muitas vezes nem sejam percebidos como figuras de estilo. A hipérbole, em particular, é uma figura presente na linguagem espontânea. O leitor já terá ouvido ou dito frases como as seguintes: "Já lhe disse isso mil vezes", "Passei duas horas esperando o ônibus" (esta, em alguns casos, pode não ser um caso de hipérbole...). Em ambos os exemplos, os numerais foram os responsáveis pelo exagero da imagem.
É interessante notar que essa idéia hiperbólica contida nos numerais é percebida pelos falantes e aproveitada na linguagem espontânea, em que já surgiram curiosas formulações, como "Disse aquilo 'n' vezes", partindo do significado matemático de "n" (representação de um número qualquer, não determinado), que se fixou com valor adjetivo, sugerindo grande quantidade ou excesso, ou mesmo "Disse aquilo 'trocentas' vezes", na qual ocorre aférese do vocábulo "quatrocentas", que ganha forte valor afetivo na linguagem oral.
Expressões como "morrer de rir" ou o brasileirismo "lindo de morrer" fazem parte do repertório das hipérboles do dia-a-dia e, por isso mesmo, seu valor estilístico praticamente já desapareceu, dado que já se incorporaram ao falar cotidiano de tal forma que não provocam a surpresa ou a estranheza necessárias para que o leitor se volte para a expressão em si (e não só para o seu conteúdo). O valor afetivo dessas expressões, contudo, permanece.
Na imprensa, sobretudo na voz de articulistas, encontramos uma linguagem muito próxima da oral. Recentemente, um deles, bastante indignado com o andar da economia no Brasil, vociferava queixas contra o governo, que, segundo ele, tentava justificar "mais aumentos numa taxa de juros obscenamente alta". Continuava o mesmo colunista: "(...) em qualquer lugar do mundo, até bebê de colo sabe que juro alto é inimigo da atividade econômica" e, em outro trecho, "vê-se agora, pelos dados do IBGE, que tampouco no Brasil existe juro alto que não iniba a atividade econômica, o que, aliás, 11 de cada dez analistas sérios vêm dizendo faz um monte de tempo".
Os exemplos do articulista falam por si mesmos. O termo "obscenamente", além de configurar exagero, contém sentido agressivo. Por meio da expressão, o autor dá vazão à sua zanga. O bebê de colo que entende de economia é flagrantemente um exagero --portanto, uma hipérbole. O mesmo vale para a expressão, aliás bastante corriqueira, 11 de cada dez.
Como se vê, o texto opinativo, ainda que não seja poético, comporta marcas de subjetividade e, portanto, pode apresentar certo viés retórico. O leitor, com certeza, encontrará outros exemplos de hipérbole na linguagem cotidiana.
flow...um abraço até+
oi
Descer pra baixo, subir pra cima