Com relação as pessoas que não respeitam as leis de trânsito e sempre jogam a culpa no outro para se justificar, que análise pode ser feita baseado na ética normativa e/ou a ética relativa?
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O que uma teoria normativa não pode tentar evitar
Apesar de útil, uma boa teoria normativa não tem, nem pode ter, o papel de evitar o desacordo. Diferentes pessoas podem ter razões sólidas para defender diferentes teorias normativas. Isto conduz a um desacordo nos critérios para determinar o que é moralmente relevante nas acções. Pode ainda haver desacordo porque, apesar de defenderem as mesmas teorias, diferentes pessoas interpretam ou aplicam de maneira diferente os seus critérios morais. Nada tem de estranho ou duvidoso que duas pessoas igualmente decentes e racionais, ainda que partilhem a mesma teoria normativa, cheguem a conclusões diferentes sobre as características morais de uma acção. Assim como nada tem de estranho ou duvidoso que duas pessoas igualmente decentes e racionais, ainda que perfilhem teorias diferentes, cheguem às mesmas conclusões sobre as características morais de uma acção. Por exemplo, um defensor de uma ética deontológica e um defensor de uma ética consequencialista podem ter a mesma posição sobre a acção afirmativa e dois defensores de uma ética deontológica podem ter posições diferentes.
Este facto tem duas virtudes. Em primeiro lugar, relembra que as deliberações práticas não são o resultado da aplicação mecânica de uma teoria normativa geral em conjunção com as circunstâncias da acção; neste sentido, as teorias normativas não determinam exactamente como cada um irá avaliar uma questão particular de ética prática. Em segundo lugar, sublinha a necessidade de avaliação permanente das escolhas e razões de cada um dos interlocutores no debate crítico. Felizmente, as questões de ética prática não permitem duas coisas: não permitem decidir com certeza que acção é a melhor, mas também não permitem dizer que vale tudo. Isso seria ficar refém de uma concepção forte de conhecimento segundo a qual uma crença verdadeira justificada só é conhecimento se for infalível. Felizmente, a situação é outra. Na verdade, é possível saber com relativa segurança que juízos morais são implausíveis, ou que teorias normativas são fracas. Sobretudo em ética prática, o debate crítico não oferece certezas. Em troca, oferece a possibilidade de saber que teorias e juízos resistiram melhor a uma avaliação rigorosa dos seus méritos.
5. O mapa da ética prática
5.1. A emergência de subdisciplinas dentro da ética prática
É, pelo menos, francamente difícil encontrar alguém que domine todo o campo da ética prática. Em geral, aqueles que trabalham em ética prática são especialistas numa das suas subdisciplinas. A emergência destas especialidades é um sinal claro de maturidade profissional.
As especialidades mais fortes são a ética médica (agora mais conhecida como bioética), a ética empresarial e a ética ambiental. Mas há outras especialidades novas em crescimento; é o caso da ética jornalística, da ética legal e da ética da investigação. Isto reflecte uma tendência geral para o desenvolvimento de éticas profissionais.
A proliferação de especialidades comporta riscos. Um deles, talvez o mais sério, é o de pensar que um problema de ética ambiental pode ser satisfatoriamente resolvido ignorando a sua relação com problemas de áreas diferentes. Este risco é contraditório com o reconhecimento de que não há uma distinção rígida entre os três níveis de reflexão ética.
5.2. Grandes áreas da ética prática
A maturidade profissional de uma disciplina também se manifesta numa organização cuidadosa das suas áreas de reflexão. Esta organização depende de razões epistémicas e didácticas, como se verá facilmente. Em todo o caso, não está isenta de alguma arbitrariedade.
Assim, as grandes áreas de reflexão e seus temas são as seguintes:
Vida e morte (eutanásia, aborto, animais, pena de morte e guerra)
Vida pessoal (família e tecnologia reprodutiva, sexualidade, amor e virtudes)
Liberdade e igualdade (liberdade de expressão e religião, privacidade, multiculturalismo, paternalismo legal, justiça económica, justiça intergeracional, punição, discriminação sexual e de género, discriminação racial, acção afirmativa, deficiência e responsabilidade empresarial)
Justiça e relações internacionais (imigração, autonomia nacional, justiça económica internacional, ambiente e fome)
Ética Normativa = Ética Moral
Baseia-se em princípios e regras morais fixas, o seu objetivo principal é formular normas válidas de conduta e de avaliação do carácter.
Ética Relativa (factual, experimental)
CONCEITOS:
- Seu enfoque é o estado atual do mundo (observa o que existe e constrói a
teoria explicativa).
- A norma ética é puramente convencional, mutável, subjetiva. Logo existem
várias normas aplicáveis (para uma mesma situação).
- Não existem valores universais, objetivos, mas estes são convencionais,
condicionados ao tempo e ao espaço.
- Não existem valores a priori: eles são criados conforme seja necessário ou
oportuno.
primeiro defina etica palavra usada mas nao muito respeitada o que e ser etico pra vc