Para respondê-la, vamos discutir inicialmentealguns conceitos sobre ligação covalente coordenada (antigamente era chamada de covalente dativa, mudou de nome mas o conceito é o mesmo).
Na ligação covalente coordenada, uma espécie química (normalmente uma molécula ou um ânion) que necessariamente já está eletronicamente estável doa um elétron para uma outra espécie e estabelece então uma ligação covalente simples com a mesma. De grosso modo, podemos dizer que ela consiste numa transferência de elétrons seguida pelo estabelecimento de uma ligação covalente.
Um exemplo simples de ligação covalente coordenada é a recepção de um íon H+ pela amônia (NH3):
Como o nitrogênio possui um par elerônico disponível (representado pela bolinhas laranjas) e o íon H+ não possui elétrons, o nitrogênio tranfere um de seus elétrons para o íon H+. Como o nitrogênio se tornou eletronicamente instável (está com apenas 7 elétrons na última camada) e o H+ agora possui 1 elétron, uma ligação covalente simples é estabelecida entre eles, fazendo com que o nitrogênio volte a ser estável com 8 elétrons no último nível e tornando o hidrogênio estável com 2 elétrons.
Na figura anexada acima, usei a representação normalmente ensinada no ensino médio, em que a ligação coordenada é representada por uma seta que sai do elemento que doou o elétron para o que recebeu. Entretanto, existe uma outra representação, mais apropriada para entendermos o caso do ozônio: Ao invés de utilizarmos uma seta, utilizaremos apenas traços, e atribuiremos carga positiva ao átomo que doou elétrons (ou seja, ao átomo de onde a seta partiu) e carga negativa ao que recebeu.
No caso do átomo que receber elétrons já possuir carga positiva, como no caso do NH4+, visto acima, em que o hidrogênio que recebeu a ligação já tinha uma carga de +1, nós reduziremos sua carga em uma unidade. No caso do NH4+, representaremos o hidrogênio sem carga elétrica (+1 -1 =0) e o nitrogênio com uma carga de +1. Observe na figura abaixo alguns exemplos de conversão da estrutura que ensinam no ensino médio (com as setas) e esta em que atribuimos cargas elétricas aos átomos participantes:
Agora sim estamos prontos para discutir a polaridade do ozônio!
Para começar, o ozônio se forma "naturalmente" (existe outras maneiras de formá-lo, como através de gases poluentes como os óxidos de nitrogênio) pela quebra de moléculas de gás oxigênio em átomos de oxigênio devido à ação de raiso ultra-violeta:
O2 -> 2 O
Os átomos de oxigênio formados reagem com moléculas de gás oxigênio formando ozônio:
O + O2 -> O3
Essa ligação entre o átomo de oxigênio e a molécula de gás oxigênio (cujos átomos já estão eletronicamente estáveis) se dá por uma ligação covalente coordenada:
O átomo de oxigênio de onde partiu a ligação coordenada fica com uma carga elétrica positiva de +1 e o átomo de oxigênio que a recebeu fica com uma carga elétrica de -1:
Ou seja, mesmo que todos os átomos sejam iguais, a molécula de ozônio não é apolar porque temos em sua estrutura ligações coordenadas, ou seja, tívemos transferência de elétrons de forma que um átomo de oxigênio ficasse com carga negativa e outro com carga positiva, tornando a molécula polar.
A explicação que eu dei sobre a estrutura do ozônio foi a mais simples possível para que você pudesse entender a questão da polaridade de suas moléculas, entretanto, sua estrutura é um pouco mais complexa, apresetando o fenômeno da ressonância. Se você quiser uma explicação mais detalhada sobre isso, é só pedir!
Apolar , porem o par livre de elétrons gera uma região negativa fazendo com que tenha uma leve polaridade , mas não o suficiente para ser solúvel em agua.
Answers & Comments
Verified answer
*.Apolar, afinal é uma moléula simples formada por apenas um elemento.
Essa é mesmo uma ótima pergunta!
Para respondê-la, vamos discutir inicialmentealguns conceitos sobre ligação covalente coordenada (antigamente era chamada de covalente dativa, mudou de nome mas o conceito é o mesmo).
Na ligação covalente coordenada, uma espécie química (normalmente uma molécula ou um ânion) que necessariamente já está eletronicamente estável doa um elétron para uma outra espécie e estabelece então uma ligação covalente simples com a mesma. De grosso modo, podemos dizer que ela consiste numa transferência de elétrons seguida pelo estabelecimento de uma ligação covalente.
Um exemplo simples de ligação covalente coordenada é a recepção de um íon H+ pela amônia (NH3):
Como o nitrogênio possui um par elerônico disponível (representado pela bolinhas laranjas) e o íon H+ não possui elétrons, o nitrogênio tranfere um de seus elétrons para o íon H+. Como o nitrogênio se tornou eletronicamente instável (está com apenas 7 elétrons na última camada) e o H+ agora possui 1 elétron, uma ligação covalente simples é estabelecida entre eles, fazendo com que o nitrogênio volte a ser estável com 8 elétrons no último nível e tornando o hidrogênio estável com 2 elétrons.
Na figura anexada acima, usei a representação normalmente ensinada no ensino médio, em que a ligação coordenada é representada por uma seta que sai do elemento que doou o elétron para o que recebeu. Entretanto, existe uma outra representação, mais apropriada para entendermos o caso do ozônio: Ao invés de utilizarmos uma seta, utilizaremos apenas traços, e atribuiremos carga positiva ao átomo que doou elétrons (ou seja, ao átomo de onde a seta partiu) e carga negativa ao que recebeu.
No caso do átomo que receber elétrons já possuir carga positiva, como no caso do NH4+, visto acima, em que o hidrogênio que recebeu a ligação já tinha uma carga de +1, nós reduziremos sua carga em uma unidade. No caso do NH4+, representaremos o hidrogênio sem carga elétrica (+1 -1 =0) e o nitrogênio com uma carga de +1. Observe na figura abaixo alguns exemplos de conversão da estrutura que ensinam no ensino médio (com as setas) e esta em que atribuimos cargas elétricas aos átomos participantes:
Agora sim estamos prontos para discutir a polaridade do ozônio!
Para começar, o ozônio se forma "naturalmente" (existe outras maneiras de formá-lo, como através de gases poluentes como os óxidos de nitrogênio) pela quebra de moléculas de gás oxigênio em átomos de oxigênio devido à ação de raiso ultra-violeta:
O2 -> 2 O
Os átomos de oxigênio formados reagem com moléculas de gás oxigênio formando ozônio:
O + O2 -> O3
Essa ligação entre o átomo de oxigênio e a molécula de gás oxigênio (cujos átomos já estão eletronicamente estáveis) se dá por uma ligação covalente coordenada:
O átomo de oxigênio de onde partiu a ligação coordenada fica com uma carga elétrica positiva de +1 e o átomo de oxigênio que a recebeu fica com uma carga elétrica de -1:
Ou seja, mesmo que todos os átomos sejam iguais, a molécula de ozônio não é apolar porque temos em sua estrutura ligações coordenadas, ou seja, tívemos transferência de elétrons de forma que um átomo de oxigênio ficasse com carga negativa e outro com carga positiva, tornando a molécula polar.
A explicação que eu dei sobre a estrutura do ozônio foi a mais simples possível para que você pudesse entender a questão da polaridade de suas moléculas, entretanto, sua estrutura é um pouco mais complexa, apresetando o fenômeno da ressonância. Se você quiser uma explicação mais detalhada sobre isso, é só pedir!
Apolar , porem o par livre de elétrons gera uma região negativa fazendo com que tenha uma leve polaridade , mas não o suficiente para ser solúvel em agua.